O dia-a-dia com Ayurveda
O Ayurveda nos ensina a respeitar os ritmos da natureza e a conhecer a nós mesmos e ao meio que nos cerca. Ela nos ensina, sobretudo, a como desfrutar o momento presente de forma íntegra; isto é, estar aqui e agora, gozando de todas as nossas potencialidades.
Por meio da terapia ayurveda, é possível aprender a promover a felicidade, a saúde e o potencial criativo do ser humano e, sendo nós seres imperfeitos em busca de desenvolvimento, ela nos permite buscar estados de excelência em nossas vivências transitórias no caminho desse desenvolvimento.
Essa ciência é praticamente um livro aberto da natureza e de suas correlações. Com base nela, podemos conduzir nossas experiências, pois estão apoiadas nesse conhecimento. A exemplo disso, o Ayurveda reconhece e associa os doshas aos diferentes ciclos da vida, às estações do ano e até ao dia, de modo que possamos perceber esses momentos e a alinhar nossas ações a eles.
Ciclo da vida
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Vata – predomina na terceira idade (aproximadamente após os 60 anos de idade);
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Pitta – predomina no estágio intermediário da vida;
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Kapha – predomina do nascimento à adolescência.
Ciclo das estações
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Vata – predomina do outono ao inverno (seco e frio);
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Pitta – predomina no verão (quente e úmido);
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Kapha – predomina no inverno e na primavera (frio e úmido).
Ciclo do dia
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Vata – predomina entre as 2 e 6h e entre as 14 e 18h
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Pitta – predomina entre as 10h e 14h e entre as 22 e 2h
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Kapha – predomina entre as 6h e 10h e entre as 18 e 22h
O Ayurveda também enfatiza o processo de nutrição e da alimentação. Ao entender isso, podemos ajustar diversos desequilíbrios com base no conhecimento dos cinco elementos que formam toda a materialidade do universo, os quais se manifestam por meio dos sabores dos alimentos. Ou seja, por meio de uma alimentação mais adequada, há a promoção do equilíbrio e da saúde de cada pessoa, de acordo com suas necessidades específicas.
Outro aspecto fundamental para as nossas relações diárias é a influência do Ayurveda em ações específicas do cotidiano, muitas vezes simples, que devem ser realizadas ou não, mas que trazem profundas mudanças em nossos estados físicos, mentais e espirituais.
A exemplo disso, temos:
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Dinacharya – rotinas diárias (como acordar, higienizar, comer, dormir, lavar, massagear, exercitar e outros);
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Ritucharya – condutas sazonais de acordo com cada estação do ano;
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Roganutpadaniya – condutas para prevenção de doenças (como impulsos naturais que não devem ser suprimidos ou que devem ser controlados).
Viver com base nesse conhecimento ayurvédico é experienciar e ter consciência de nossa sensorialidade, percebendo a vida que nos cerca e que está em constante mudança e adaptação, assim como nós. Tal qual faz a natureza, precisamos respeitar nossa essência e buscar compreender nossa vida e nos percebermos nela, trazendo questionamento para o que sentimos e que não está de acordo com quem somos ou da forma como estamos vivendo.
Com isso, é estabelecido um elo íntimo de autoconhecimento e autorrespeito, além de proporcionar ações que nos permitam viver melhor, passa a passo, mudando o que é possível mudar dentro da nossa realidade e possibilidade e se percebendo beneficiado por uma vida simples e em comunhão com o nosso propósito.
Elementos do sabor
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Doce: terra e água (equilibra vata e pitta e agrava kapha).
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Salgado: água e fogo (equilibra vata e agrava pitta e kapha).
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Ácido ou azedo: terra e fogo (equilibra vata e agrava pitta e kapha).
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Picante: fogo e ar (equilibra kapha e agrava pitta e vata).
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Amargo: ar e éter (equilibra pitta e kapha e agrava vata).
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Adstringente: terra e ar (equilibra pitta e kapha e agrava vata).
Aliado a isso, o Ayurveda ensina como “medicar” nossos alimentos de acordo com objetivos específicos. Isso é feito pelo uso de ervas específicas através das massalas, por exemplo, e segue recomendações gerais, verificando incompatibilidades e antídotos para determinados tipos de alimentos.